Por inferência podemos dizer:
1. ação ou efeito de inferir; conclusão, indução. 2. óg operação intelectual por meio da qual se afirma a verdade de uma proposição em decorrência de sua ligação com outras já reconhecidas como verdadeiras.
Em CA, usamos muito o termo “inferência”, para lidarmos com fatos reais, algo que realmente esteja acontecendo e denota perigo para o relacionamento.
A mente do ciumento muitas vezes não infere, ou seja, não faz colocações em cima de um fato real, mas deduz em cima de projeções, cenas causadas pela sua mente, traumas do passado. Em decorrência disso, temos na literatura da irmandade, e nos evites do ciúme, o propósito de limparmos nossa mente para aprendermos a inferir, e fazer colocações coerentes em cima de fatos reais, comprovados, e não a usar nossa simples dedução, projeção, como prova de que algo realmente esteja acontecendo.
Este tipo de limpeza é importante, pois ao limparmos a mente, podemos ver o que está acontecendo conosco, nosso parceiro, e o relacionamento, sem as lentes dos ciúmes e literalmente a separar o “joio do trigo”. Ou seja, “meu parceiro (a), age de uma maneira que me dá motivos reais para desconfiança, ou é somente um jogo mental que se segue, da mente do ciumento?”.
Como exemplo, podemos ilustrar a história de Paulo:
Em uma festa, Paulo viu sua namorada Ana, conversando animadamente com um dos convidados. Naquele exato momento, a mente de Paulo fechou, e ele começou a fazer suposições em cima da cena que tinha visto. A primeira delas, foi pensar que Ana poderia estar flertando com aquele homem, dando espaço para ele para uma investida, e por fim, pensou até, que Ana poderia trocá-lo, iniciando assim, novo relacionamento.
Porém, Paulo conseguiu enxergar a tempo que estava perdido em muitas deduções, então, começou a fazer inferências, partir de fatos reais, para averiguar se realmente algo estava acontecendo. Ele se fez as seguintes perguntas:
• Neste momento, estamos vivendo um mau, ou bom relacionamento?
• Ana já demonstrou que gosta de mim?
• Ana já mostrou por meio de atitudes, que era uma pessoa que merecia confiança?
• Já vivi episódios assim no passado, onde realisticamente Ana já tenha flertado com outros homens em festas, já tenha saído com outro alguém enquanto estava comigo?
• Ana é antes de tudo um ser humano, onde tem o seu direito de ir e vir, ou seja, ela pode conversar com um convidado de uma festa, pode se divertir, e pode mesmo até, se interessar por um outro alguém mesmo estando vivendo uma boa fase no relacionamento, pois coisas assim não se escolhem?
Ao se fazer tais perguntas, Paulo conseguiu se acalmar, pois lidando com inferências, ou seja, fatos reais, viu que estava em uma ótima fase do relacionamento, onde inclusive falavam em casamento, viu que sua parceira nunca tinha dado motivos reais para tal desconfiança, pois o tratava com respeito e carinho, e percebeu também, que poderia a estar tolhendo, não a deixando agir naturalmente em uma festa, o que poderia sim, gerar no futuro, brigas e desentendimentos desnecessários.
É importante que todo ciumento que esteja em tratamento, saiba fazer inferências, pois poderemos sair do campo das suposições que sempre geram mais guerras que paz, e aprender a inferir, limpar a mente, e lidar somente com a realidade.
Ao se fazer os evites do ciúme, paramos de alimentar nosso “monstrinho interior”, e ao praticar este exercício das perguntas, poderemos ver que tipo de relacionamento estamos vivendo, e se temos motivos para desconfiar, lembrando sempre que na maioria das vezes, o ciumento vê o mundo com uma lente distorcida e fora da realidade, onde desconfiança, ego e possessão, predominam.